domingo, 9 de junho de 2013

Resumão: Continente Europeu (parte 3).

História.
Pré-história:
Os Homo erectus e os Neanderthalis habitavam a Europa bem antes do surgimento dos humanos modernos, os Homo sapiens. Os ossos dos primeiros europeus foram achados em Dmanisi, Geórgia, e datados de 1,8 milhões de anos. O primeiro aparecimento do povo anatomicamente moderno na Europa é datado de 35 000 a.C. Evidências de assentamentos permanentes datam do 7° milénio/milênio a.C. na Bulgária, Roménia e Grécia.29 O período neolítico chegou na Europa central no 6° milénio a.C. e em partes da Europa Setentrional no 5° e 4° milênio a.C. A civilização Tripiliana (5508-2750 a.C.) foi a primeira grande civilização da Europa e uma das primeiras do mundo; era localizada na Ucrânia moderna e também na Moldávia e Roménia. Foi provavelmente mais antiga que os Sumérios no Oriente Próximo, e tinha cidades com 15 000 habitantes que cobriam 450 hectares.
Começando no Neolítico, tem-se a civilização de Camunni no Val Camonica, Itália, que deixou mais de 350 000 petróglifos, o maior sítio arqueológico da Europa.

Também conhecido como Idade do Cobre, o Calcolítico europeu foi um tempo de mudanças e confusão. O fato mais relevante foi a infiltração e invasão de imensas partes do território por povos originários da Ásia Central, considerado pelos principais historiadores como sendo os originais indo-europeus, mas há ainda diversas teorias em debate. Outro fenômeno foi a expansão do Megalitismo e o aparecimento da primeira significante estratificação econômica e, relacionado a isso, as primeiras monarquias conhecidas da região dos Balcãs. A primeira civilização bem conhecida da Europa foi as dos Minoicos da ilha de Creta e depois os Micenas em adjacentes partes da Grécia, no começo do 2° milênio a.C.

Embora o uso do ferro fosse de conhecimento dos povos egeus por volta de 1100 a.C., não chegou à Europa Central antes de 800 a.C., levando ao início da Cultura de Hallstatt, uma evolução da Idade do Ferro (que até então se encontrava na Cultura dos Campos de Urnas). Provavelmente como subproduto desta superioridade tecnológica, pouco depois os indo-europeus consolidam claramente suas posições na Itália e na Península Ibérica, penetrando profundamente naquelas penínsulas (Roma foi fundada em 753 a.C.).

Antiguidade Clássica:
Os gregos e romanos deixaram um legado na Europa que é evidente nos pensamentos, leis, mentes e línguas atuais. A Grécia Antiga foi uma união de cidades-estado, na qual uma primitiva forma de democracia se desenvolveu. Atenas foi sua cidade mais poderosa e desenvolvida, e um berço de ensinamento nos tempos de Péricles. Fóruns de cidadãos aconteciam e o policiamento do estado deu ordem ao aparecimento dos mais notáveis filósofos clássicos, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Como rei do Reino Grego da Macedônia, as campanhas militares de Alexandre o Grande espalharam a cultura helênica até as nascentes do rio Indo. 

Mas a República Romana, alicerçada pela vitória sobre Cartago nas Guerras Púnicas, estava crescendo na região. A sabedoria grega passada às instituições romanas, assim como a própria Atenas foi absorvida sob a bandeira do senado e do povo de Roma. Os romanos expandiram seu império desde a Arábia até a Bretanha. Em 44 a.C. quando atingiu o seu ápice, seu líder, Júlio César foi morto sob suspeitas de estar corrompendo a república para se tornar um ditador. Na sucessão, Otaviano usurpou as raízes do poder e dissolveu o senado romano. Quando proclamou o renascimento da república ele, de fato, transferiu o poder do senado romano quando república para um império, o Império Romano.

Idade Média:
Quando o Imperador Constantino I reconquistou Roma sob a bandeira da Cruz em 312, ele rapidamente editou o Édito de Milão em 313, declarando legal o cristianismo no Império Romano. Além disso, Constantino I mudou oficialmente a capital do império, Roma, para a colônia grega de Bizâncio, que ele renomeou para Constantinopla ("Cidade de Constantino"). Em 395, Teodósio I, que tornou o cristianismo religião oficial do Império Romano, iria ser o último imperador a comandar o Império Romano em toda a sua unidade, sendo depois o império dividido em duas partes: O Império Romano do Ocidente, centrado em Ravenna, e o Império Romano do Oriente (depois referido como Império Bizantino) centrado em Constantinopla. A parte ocidental foi seguidamente atacada por tribos nômades germânicas, e em 476 finalmente caiu sob a invasão dos Hérulos comandados por Odoacro.

A autoridade romana no Oeste entrou em colapso e as províncias ocidentais logo tornaram-se pedaços de reinos germânicos. Entretanto, a cidade de Roma, sob o comando da Igreja Católica Romana permaneceu como um centro de ensino, e fez muito para preservar o pensamento clássico romano na Europa Ocidental. Nesse meio-tempo, o imperador romano em Constantinopla, Justiniano I, conseguiu com sucesso, montar toda a lei romana no Corpus Juris Civilis (529-534). Por todo o século VI, o Império Romano do Oriente esteve envolvido numa série de conflitos sangrentos, primeiro contra o Império Sassânida, depois pelo Califado Rashidun. Em 650, as províncias do Egito, Palestina e Síria foram perdidas para forças muçulmanas.

Na Europa Ocidental, uma estrutura política surgia: no vácuo do poder deixado pelo colapso de Roma, hierarquias locais foram construídas sob a união das pessoas nas terras que eram trabalhadas. Dízimos eram pagos ao senhor da terra e este senhor devia tributos ao príncipe regional. Os dízimos eram usados para financiar o estado e as guerras. Esse foi o sistema feudal, no qual novos príncipes e reis apareceram, no qual o maior deles foi o líder Franco Carlos Magno. Em 800, Carlos Magno, após as suas grandes conquistas territoriais, foi coroado Imperador dos Romanos ("Imperator Romanorum") pelo Papa Leão III, afirmando efetivamente o seu poder na Europa Ocidental. O reinado de Carlos Magno marcou o começo dum novo império germânico no oeste, o Sacro Império Romano. Para além das suas fronteiras novas forças estavam crescendo. O Principado de Kiev estava delimitando o seu território, a Grande Morávia estava crescendo, enquanto os anglos e os saxões estavam confirmando as suas fronteiras.

Idade Moderna:
O Renascimento foi um movimento cultural que afetou profundamente a vida intelectual européia no seu período pré-moderno. Começando em Itália, e espalhando-se de norte a oeste, o renascimento durou aproximadamente 250 anos e a sua influência afetou a literatura, filosofia, arte, política, ciência, história, religião entre outros aspectos de indagação intelectual.

O italiano Francesco Petrarca (Francesco di Petracco), suposto primeiro legítimo humanista, escreveu na década de 1330: "Estou vivo agora, ainda que eu prefira ter nascido noutro tempo". Ele era um entusiasta da antiguidade romana e grega. Nos séculos XV e XVI, o contínuo entusiasmo pela antiguidade clássica foi reforçado pela idéia de que a cultura herdada estava se dissipando e de que havia um conjunto de idéias e atitudes com que seria possível reconstruí-la. Matteo Palmieri escreveu em 1430: "Agora, com certeza, todo espírito pensante deve agradecer a Deus, porque a ele foi permitido nascer numa nova era". O Renascimento fez nascer uma nova era em que aprender era muito importante.

Importantes precedentes políticos aconteceram neste período. O político Nicolau Maquiavel escreveu "O Príncipe" que influenciou o posterior absolutismo e a política pragmática. Também foram importantes os diversos líderes que governaram estados e usaram a arte da Renascença como sinal de seus poderes.

Durante esse período, a corrupção da Igreja Católica levou a uma dura reação, na Reforma Protestante. E ela ganhou muitos seguidores, especialmente entre príncipes e reis buscando um estado forte para acabar com a influência da igreja católica. Figuras como Martinho Lutero começaram a surgir, assim também como João Calvino com o seu Calvinismo que teve influência em muitos países e o rei Henrique VIII da Inglaterra que rompeu com a igreja católica e fundou a Igreja Anglicana. Essas divisões religiosas trouxeram uma onda de guerras inspiradas e conduzidas religiosamente, mas também pela ambição dos monarcas na Europa Ocidental que se tornavam cada vez mais centralizadas e poderosas.

A reforma protestante também levou a um forte movimento reformista na igreja católica chamado Contra-Reforma, que tinha como objetivo reduzir a corrupção, assim como aumentar e fortalecer o dogma católico. Um importante grupo da igreja católica que surgiu nessa época foram os Jesuítas, que ajudaram a manter a Europa Oriental na linha católica de pensamento. Mesmo assim, a igreja católica foi fortemente enfraquecida pela reforma e, grande parte do continente não estava mais sob sua influência e os reis nos países que continuaram no catolicismo começaram a anexar as terras da igreja para os seus próprios domínios.

A Era dos Descobrimentos:
As numerosas guerras não impediram que os novos estados explorassem e conquistassem largas porções do mundo, particularmente na Ásia (Sibéria)31 e a recém-descoberta América. No século XV, Portugal liderou a exploração geográfica, seguido pela Espanha no começo no século XVI. Eles foram os primeiros estados a fundar colônias na América e estações de troca nas costas da África e da Ásia, porém logo foram seguidos pela França, Inglaterra e Holanda. Em 1552, o czar Russo Ivan, o Terrível conquistou os dois maiores canatos tártaros, Casã e Astracã, e a viagem de Yermak em 1580, que levou a anexação da Sibéria pela Rússia.

A expansão colonial prosseguiu-se nos anos seguintes (mesmo com alguns empecilhos, como a Revolução Americana e as guerras pela independência em muitas colônias americanas). A Espanha controlou parte da América do Norte e grande parte da América Central e do Sul, as Caraíbas/o Caribe e Filipinas.; Portugal teve em suas mãos o Brasil e a maior parte dos territórios costeiros em África e na Ásia (Índia e pequenos territórios na China etc.); Os britânicos comandavam a Austrália, Nova Zelândia, maior parte da Índia e grande parte da África e América do Norte; a França comandou partes do Canadá e da Índia (porém quase tudo foi perdido para os britânicos em 1763), a Indochina, grandes terras na África e Caribe; a Holanda ganhou as Índias Orientais (hoje Indonésia) e algumas ilhas no Caribe; países como Alemanha, Bélgica, Itália e Rússia conquistaram colônias posteriormente.

Essa expansão ajudou a economia dos países que a fizeram. O comércio prosperou, por causa da menor estabilidade entre os impérios. No final do século XVI, a prata americana era responsável por 1/5 de todo o comércio da Espanha. Os países europeus travaram guerras que foram pagas através do dinheiro conseguido com a exploração das colônias. No entanto, os lucros com o tráfico de escravos e as plantações das Índias Ocidentais, a mais rentável das colônias britânicas naquele momento representava apenas 5% de toda a economia do Império Britânico no final do século XVIII, tempo da Revolução Industrial.

Iluminismo:
A partir do início deste período, o capitalismo substituía o feudalismo como principal forma de organização econômica, ao menos no oeste da Europa. A expansão das fronteiras coloniais resultou numa Revolução Comercial. Nota-se no período o crescimento da ciência moderna e a aplicação de suas descobertas em melhorias tecnológicas, que culminaram com a revolução Industrial. Descobertas ibéricas do Novo Mundo, que começaram com a jornada de Cristóvão Colombo ao oeste com a busca de uma rota fácil para as Índias Orientais em 1492, foram logo adaptadas por explorações inglesas e francesas na América do Norte. Novas formas de comércio e a expansão dos horizontes fizeram necessária uma mudança no direito internacional.

A reforma protestante produziu efeitos profundos na unidade européia. Não apenas dividindo as nações uma das outras pela sua orientação religiosa, mas alguns estados foram afetado internamente por lutas religiosas, fortemente encorajadas por seus inimigos externos. A França viveu essa situação no século XVI com uma série de conflitos, como as guerras religiosas na França, que culminaram no triunfo da Dinastia Bourbon. A Inglaterra preveniu-se desse fato com a consolidação sob a Rainha Elizabeth do moderado Anglicanismo. Quase toda a parte da atual Alemanha estava dividida em inúmeros estados sob o comando teórico do Sacro Império Romano Germânico, que também estava dividido dentro do próprio governo. A única exceção a isso era a Comunidade Polaco-Lituana, uma união criada pela União de Lublin, expressando uma grande tolerância religiosa. Esse embate religioso aconteceu até à Guerra dos Trinta Anos quando o nacionalismo substituiu a religião como principal motor dos conflitos na Europa.

A Guerra dos Trinta Anos aconteceu entre 1618 e 1648,38 principalmente no território da atual Alemanha, e envolveu as principais potências européias. Começou como um conflito religioso entre Protestantes e Católicos no Sacro Império Romano Germânico, e gradualmente desenvolveu-se numa guerra geral, envolvendo boa parte da Europa, por razões não necessariamente ligadas à religião. O maior impacto da guerra, na qual exércitos de mercenários foram largamente utilizados, foi a devastação de regiões inteiras na busca do exército inimigo. Episódios como a disseminação da fome e das doenças devastaram a população dos estados germânicos e, em menor grau, dos Países Baixos e da Itália, onde levaram à falência muito dos poderes regionais envolvidos. Entre um quarto e um terço da população alemã pereceu por causas diretamente ligadas à guerra ou ainda de doenças e miséria causadas pelo conflito armado. A guerra durou trinta anos, mas os conflitos que ela deu início ainda continuaram sem solução por muito tempo.
Depois da Paz de Vestfália, que permitiu aos países que eles escolhessem a sua orientação religiosa, o Absolutismo tornou-se o padrão do continente, enquanto a Inglaterra caminhava rumo ao liberalismo com a Guerra Civil Inglesa e a Revolução Gloriosa. Os conflitos militares na Europa não acabaram, mas tiveram menos impacto na vida dos seus cidadãos. No noroeste, o Iluminismo deu a base filosófica para um novo ponto de vista na sociedade, e a contínua difusão da literatura foi possível com a invenção da prensa, criando novas formas de avanço do pensamento humano. Ainda, nesse segmento, a Comunidade Polaco-Lituana foi uma exceção, com a sua quase democrática "liberdade dourada".

A Europa Oriental era uma arena de conflito disputada pela Suécia, Comunidade Polaco-Lituana e Império Otomano. Nesse período observou-se um gradual declínio destes três poderes que foram eventualmente substituídos pelas novas monarquias absolutistas, Rússia, Prússia e Áustria. Na virada para o século XIX, eles tornaram-se as novas potências, dividindo a Polônia entre si, com Suécia e Turquia perdendo territórios substanciais para a Rússia e a Áustria respectivamente. Uma grande parte de judeus polacos/poloneses emigrou para a Europa Ocidental, fundando comunidades judaicas em lugares de onde foram expulsos durante a Idade Média.

Idade Contemporânea:
 A intervenção francesa na Guerra de Independência dos EUA levou o estado francês à falência. Depois de diversas tentativas falhas de uma reforma financeira, Luís XVI foi forçado a reavivar a Assembléia dos Estados Gerais, um corpo representativo do país feito pelas três classes do estado: o clero, os nobres e o povo. Os membros dos Estados-Gerais reuniram-se no Palácio de Versalhes em maio de 1789, mas o debate e a forma de votação que seria usada criaram um impasse. Veio junho, e o terceiro estado, associado a membros dos dois outros estados, declarou-se uma Assembléia Nacional e prometeu não se dissolver até que França tivesse uma constituição e criasse, em julho, uma Assembléia Nacional Constituinte. No mesmo tempo, os parisienses revoltaram-se, celebremente derrubando a prisão da Bastilha em 14 de julho de 1789.

Nesse tempo, a assembléia criou uma monarquia constitucional, e nos dois anos que se passaram várias leis foram criadas como a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão, a abolição do feudalismo e uma mudança fundamental das relações entre a França e Roma. No início, o rei continuou no trono ao longo dessas mudanças e gozou de uma popularidade razoável com o povo, mas a anti-realeza crescia com o perigo de uma invasão estrangeira. Então o rei, sem poderes, decidiu fugir com a sua família, mas ele foi reconhecido de volta a Paris. Em 12 de janeiro de 1793, sendo condenada a sua traição, ele foi executado.
Em 20 de setembro de 1792, a convenção nacional aboliu a monarquia e declarou a França uma república. Devido à iminência das guerras, a convenção nacional criou o Comitê de Salvação Pública controlado por Maximilien Robespierre do Partido dos Jacobinos, para atuar como executivo do país. Sob Robespierre o comitê iniciava o Reino do terror, no qual cerca de 40 000 pessoas foram executadas em Paris, na maioria nobres, apesar de, freqüentemente, faltarem evidências. Por todo o país, insurreições contra-revolução foram brutalmente reprimidas. O regime foi posto abaixo no golpe de 9 Termidor (27 de Julho de 1794) e Robespierre foi executado. O regime que se seguiu acabou com o Terror e afrouxou a maioria das regras extremas de Robespierre.

Napoleão Bonaparte foi o general francês que mais obteve sucesso nas guerras da Revolução, tendo conquistado grandes porções da península Itálica e forçado os austríacos à paz. Em 1799, retornou do Egito e em 18 de Brumário (9 de Novembro) subjugou o governo, substituindo-o pelo seu Consulado, do qual tornou-se o primeiro Cônsul.44 Em 2 de Dezembro de 1804, depois duma tentativa de assassinato, ele coroou-se imperador. Em 1805, Napoleão planeou invadir a Grã-Bretanha, mas a recém-criada aliança entre britânicos, russos e austríacos (Terceira Coalizão) forçou-o a direcionar a atenção para o continente, quando ao mesmo tempo ele tinha falhado em desviar a Armada Superior Britânica para longe do Canal da Mancha, ocasionando uma decisiva derrota francesa na batalha de Trafalgar em 21 de outubro, e colocando um fim às suas esperanças de invadir a Grã-Bretanha. Em 2 de dezembro de 1805, Napoleão derrotou o exército austro-russo, numericamente superior, em Austerlitz, forçando a Áustria desistir da coalizão e levando à fragmentação do Sacro Império Romano Germânico.44 Em 1806, a Quarta coalizão foi formada; em 14 de Outubro Napoleão derrotou os prussianos na Batalha de Jena-Auerstedt, marchando através da Alemanha e derrotando os russos em 14 de junho de 1807 em Friedland. Os Tratados de Tilsit dividiram a Europa entre França e Rússia e criaram o Ducado de Varsóvia.

Em 12 de junho de 1812, Napoleão invadiu a Rússia com a sua Grande Armée de aproximadamente 700 000 soldados. Após as vitórias em Smolensk e Borodino, Napoleão ocupou Moscou, apenas para encontrá-la queimada pelo exército russo em retirada. Assim, ele foi forçado a bater com seu exército em retirada. Na volta o seu exército foi arrasado pelos cossacos e sofreu de doenças, fome e com o rigoroso inverno russo. Apenas 20 000 soldados sobreviveram a essa campanha. Em 1813, começou o declínio de Napoleão, sendo derrotado pelo Exército das Sete Nações na Batalha de Leipzig em outubro de 1813. Ele foi forçado a abdicar depois da Campanha dos Seis Dias e a ocupação de Paris. Sob o Tratado de Fontainebleau ele foi exilado na Ilha de Elba. Retornou à França em 1 de março de 1815 e convocou um exército leal, mas foi compreensivelmente derrotado por forças britânicas e prussianas na Batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815.

A formação das nações e dos impérios:
Depois da derrota da revolucionária França, outras grandes forças tentaram restaurar a situação existente antes de 1789. Em 1815, no Congresso de Viena, as maiores forças da Europa organizaram-se para produzir um pacífico equilíbrio de poder entre os impérios depois das Guerrras Napoleónicas (embora estivessem ocorrendo movimentos internos revolucionários) sob o sistema de Matternich. Entretanto, os seus esforços foram incapazes de parar a propagação de movimentos revolucionários: a classe média foi profundamente influenciada pelos ideais de democracia da Revolução Francesa, a revolução Industrial trouxe importantes mudanças socioeconômicas, as classes baixas começaram a ser influenciadas pelas idéias socialistas, comunistas e anarquistas (especialmente unidas por Karl Marx no Manifesto Comunista),46 e a preferência dos novos capitalistas era o liberalismo.

Uma nova onda de instabilidade veio da formação de diversos movimentos nacionalistas (na Alemanha, Itália, Polônia, etc.), buscando uma unidade nacional e/ou liberação do domínio estrangeiro. Como resultado, o período entre 1815 e 1871 foi palco de um grande número de conflitos e guerras de independência. Napoleão III, sobrinho de Napoleão I, retornou do exílio na Inglaterra em 1848 para ser eleito pelo parlamento francês, como o então "Presidente-Príncipe" e num golpe de estado eleger-se imperador, aprovado depois pela grande maioria do eleitorado francês. Ele ajudou na unificação da Itália lutando contra o Império Austríaco e lutou a Guerra da Crimeia com a Inglaterra e o Império Otomano contra a Rússia. Seu império ruiu depois duma infame derrota para a Prússia, na qual ele foi capturado. A França então se tornou uma fraca república que recusava-se a negociar e foi derrotada pela Prússia em poucos meses. Em Versalhes, o Rei Guilherme I da Prússia foi proclamado Imperador da Alemanha e a Alemanha moderna nasceu. Mesmo que a maioria dos revolucionários tenha sido derrotada, muitos estados europeus tornaram-se monarquias constitucionais, e em 1871 Alemanha e Itália se desenvolveram em estados-nação. Foi no século XIX também que se observou o Império Britânico emergir como o primeiro poder global do mundo devido, em grande parte, à Revolução Industrial e a vitória nas Guerras Napoleónicas.

A paz iria apenas durar até que o Império Otomano declinasse suficientemente para se tornar alvo de outros. Isso incitou a Guerra da Crimeia em 1854, e começou um tenso período de pequenos conflitos entre as nações dominantes da Europa que deram o primeiro passo para a posterior Primeira Guerra Mundial. Isso mudou uma terceira vez com o fim de várias guerras que transformaram o Reino da Sardenha e o Reino da Prússia nas nações da Itália e da Alemanha, mudando significativamente o balanço do poder na Europa. A partir de 1870, a hegemonia Bismarquiana na Europa pôs a França em uma situação crítica. Ela devagar reconstruiu suas relações internacionais, buscando alianças com a Grã-Bretanha e Rússia, para controlar o crescente poder da Alemanha sobre a Europa. Desse modo, dois lados opostos se formaram na Europa, incrementando suas forças militares e suas alianças ano a ano.

Revolução Industrial:
A Revolução Industrial foi um período compreendido entre o fim do século XVIII e o começo do século XIX, no qual ocorreram grandes mudanças na agricultura, manufatura e transporte e foi produzido um profundo efeito socioeconômico e cultural na Grã-Bretanha, que posteriormente se espalhou por toda a Europa, América do Norte, e depois para todo o mundo, num processo que ainda continua: a Industrialização. Na parte final dos anos de 1700 a economia baseada na força manual no Reino da Grã-Bretanha começou a ser substituída por outra dominada pela indústria e pelas máquinas. Começou com a mecanização das indústrias têxteis, o desenvolvimento de técnicas avançadas de produção de ferro e o aumento do uso de carvão refinado. A expansão do comércio foi possibilitada com a introdução de canais, rodovias e auto-estradas. A introdução das máquinas a vapor (abastecidas primeiramente com carvão) e maquinaria bruta (principalmente na manufatura têxtil) deram a base para grandes aumentos na capacidade produtiva inglesa. O desenvolvimento de máquinas de ferramentas nas duas primeiras décadas do século XIX facilitou a produção de mais máquinas para serem utilizadas noutras indústrias. Durante o século XIX, a industrialização se alastrou pelo resto da Europa Ocidental e América do Norte, afetando posteriormente grande parte do mundo.

Guerras mundiais:
Depois da relativa paz na maior parte do século XIX, a rivalidade entre as potências européias explodiu em 1914, quando a Primeira Guerra Mundial começou. Mais de 60 milhões de soldados europeus foram mobilizados entre 1914 e 1918.55 De um lado estavam Alemanha, Áustria-Hungria, o Império Otomano e a Bulgária (Poderes Centrais/Tríplice Aliança), enquanto que no outro lado estavam a Sérvia e a Tríplice Entente – a elástica coligação entre França, Reino Unido e Rússia, que ganhou a participação da Itália em 1915 e dos Estados Unidos em 1917. Embora a Rússia tenha sido derrotada em 1917 (a guerra foi uma das maiores causas da Revolução Russa, levando à formação da comunista União Soviética), a Entente finalmente prevaleceu no outono de 1918.

No Tratado de Versalhes (1919) os vencedores impuseram severas condições à Alemanha e aos novos estados reconhecidos (tais como Polónia, Checoslováquia, Hungria, Áustria, Jugoslávia, Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia) criados na Europa Central a partir dos extintos impérios Alemão, Austro-Húngaro e Russo, supostamente na base da auto-definição. A maioria desses países entraria em guerras locais, sendo a maior delas a Guerra Polaco-Soviética (1919-1921). Nas décadas seguintes, o medo do comunismo e a Grande Depressão (1929-1943) levaram grupos extremistas nacionalistas - sob a categoria do fascismo – na Itália (1922), Alemanha (1933), Espanha (depois da guerra civil, terminada em 1939) e em outros países como a Hungria.

Depois de aliar-se com a Itália de Mussolini no Pacto de Aço e assinar o pacto de não-agressão com a União Soviética, o ditador alemão Adolf Hitler começou a Segunda Guerra Mundial em 1° de Setembro de 1939 invadindo a Polônia, depois de uma expansão militar ocorrida no final da década de 1930. Após sucessos iniciais (principalmente a conquista do oeste da Polônia, grande parte da Escandinávia, França e os Bálcãs antes de 1941), as forças do Eixo começaram a enfraquecer-se em 1941. Os principais oponentes ideológicos de Hitler eram os comunistas da Rússia, mas por causa da falha alemã em derrotar o Reino Unido e das falhas italianas no norte da África e no Mediterrâneo, as forças do Eixo se resumiram à Europa Ocidental, Escandinávia, além de ataques a África. O ataque feito posteriormente à União Soviética (que junto com a Alemanha dividiu a Europa central em 1939-1940) não foi feito com a força necessária. Apesar de um sucesso inicial, o exército alemão foi parado perto de Moscou em dezembro de 1941.

Apenas no ano seguinte é que o avanço alemão seria parado e eles começariam a sofrer uma série de derrotas, como por exemplo, nas batalhas de Stalingrado e Kursk. Nesse ínterim, o Japão (aliado de Alemanha e Itália desde setembro de 1940) atacou os britânicos no Sudeste Asiático e os Estados Unidos no Havaí em 7 de Dezembro de 1941; a Alemanha então completou a sua expansão declarando guerra aos Estados Unidos. A guerra aumentou a tensão entre o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (Reino Unido, União Soviética e os Estados Unidos). As forças Aliadas venceram no norte da África e invadiram a Itália em 1943, e a ocupada França em 1944. Na primavera de 1945, a Alemanha foi invadida pelo leste pela União Soviética e pelo oeste pelos Aliados; Hitler cometeu suicídio e a Alemanha se rendeu no começo de maio acabando com a guerra na Europa.

O período foi marcado também por um industrializado e planeado genocídio de mais de 11 milhões de pessoas, incluindo a maioria dos judeus da Europa e ciganos, assim como milhões de polacos e eslavos soviéticos. O sistema soviético de trabalho forçado, as expulsões da população da União Soviética e a grande fome da Ucrânia tiveram semelhante carga de mortes. Durante e depois da guerra, milhões de civis foram afetados pelas forçadas transferências da população.

Guerra Fria:
A Primeira e especialmente a Segunda Guerra Mundial acabaram com a preponderante posição da Europa Ocidental. O mapa do continente foi redesenhado na Conferência de Yalta56 e dividido se tornou a principal zona de contenção na Guerra Fria entre dois blocos, os países ocidentais e o bloco Oriental. Os Estados Unidos e a Europa Ocidental (Reino Unido, França, Itália, Países Baixos, Alemanha Ocidental, etc.) estabeleceram a aliança da OTAN como proteção contra uma possível invasão soviética. Depois, a União Soviética e o Leste Europeu (Polônia, Checoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e Alemanha Oriental) estabeleceram o Pacto de Varsóvia como proteção contra uma possível invasão dos Estados Unidos.

Na mesma época, a Europa Ocidental lentamente começou um processo de integração política e econômica, desejando um continente unido e integrado para prevenir outra guerra. Esse processo resultou naturalmente no desenvolvimento de organizações como a União Europeia e o Conselho da Europa. O movimento Solidarność que aconteceu na década de 1980 enfraqueceu o governo comunista na Polônia, foi o começo do fim do domínio comunista na Europa Oriental e o declínio da União Soviética. O líder soviético Mikhail Gorbachev instituiu a Perestroika e a Glasnost, que enfraqueceram oficialmente a influência soviética na Europa Oriental. Os governos que davam suporte aos soviéticos entraram em colapso e a Alemanha Ocidental anexou a Oriental em 1990. Em 1991, a própria União Soviética ruiu, dividindo-se em 15 estados, com a Rússia tomando o lugar da União Soviética no Conselho de Segurança da ONU.

Entretanto, a separação mais violenta aconteceu na Jugoslávia, nos Bálcãs. Quatro (Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegóvina e Macedônia) das seis repúblicas iugoslavas declararam independência e para a maioria delas uma violenta guerra se seguiu, em algumas partes até 1995. Em 2006, Montenegro se separou e declarou independência, seguido por Kosovo, formalmente uma província autônoma da Sérvia, em 2008, e descaracterizando completamente o antigo mapa da Iugoslávia. Na era pós-guerra fria, OTAN e a União Européia foram gradualmente admitindo a maioria dos antigos estados membros do Pacto de Varsóvia.

Reunificação e integração:
Em 1992, o Tratado de Maastricht foi assinado pelos então membros da União Européia. Isso transformou o "Projeto Europeu" de ser uma comunidade econômica com certos aspectos políticos, numa união com uma intensa cooperação e prosperidade baseada numa união de soberanias nacionais.59 Em 1985, o Acordo de Schengen criou uma área sem fronteiras e sem controle de passaporte entre os estados que o assinaram.

Uma moeda comum para a maioria dos estados membros da União Européia, o euro, foi estabelecida eletronicamente em 1999,63 oficialmente partilhando todas as moedas de cada participante com os outros. A nova moeda foi posta em circulação em 2002 e as velhas foram retiradas dos mercados. Apenas três países dos quinze estados membros decidiram não aderir ao euro (Reino Unido, Dinamarca e Suécia). Em 2004, a UE deu ordem à sua maior expansão, admitindo 10 novos membros (oito dos quais antigos estados comunistas). Outros dois ingressaram no grupo em 2007, num total de 27 nações.

Um tratado estabelecendo uma constituição para a UE foi assinado em Roma em 2004, com a intenção de substituir todos os antigos tratados com apenas um só documento. Entretanto, a sua ratificação nunca foi feita devido à rejeição de franceses e holandeses, via referendo. Em 2007, concordou-se em substituir aquela proposta com um novo tratado reformado, o Tratado de Lisboa, que iria entrar como uma emenda em vez de substituir os tratados existentes. Esse tratado foi assinado em 13 de dezembro de 2007 e entraria em vigor em janeiro de 2009, se ratificado até essa data. Isso daria à União Européia seu primeiro presidente e ministro de relações exteriores.


Os Bálcãs são a parte da Europa que mais deseja aderir à União Européia, com a Croácia notadamente esperando ser aceite antes de 2010.

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