quarta-feira, 15 de maio de 2013

Resumo: Revolução Russa


A Revolução Russa de 1917 foi um período de conflitos, iniciados em 1917, que derrubou a autocracia russa e levou ao poder o Partido Bolchevique, de Vladimir Lênin. Recém-industrializada e sofrendo com a Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha uma grande massa de operários e camponeses trabalhando muito e ganhando pouco. Além disso, o governo absolutista do czar Nicolau II desagradava o povo, que queria uma liderança menos opressiva e mais democrática. A soma dos fatores levou a manifestações populares que fizeram o monarca renunciar e, no fim do processo, deram origem à União Soviética, o primeiro país socialista do mundo, que durou até 1991.
A Revolução compreendeu duas fases distintas:
A Revolução de Fevereiro (março de 1917, pelo calendário ocidental), que derrubou a autocracia do Czar Nicolau II , o último Czar a governar, e procurou estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal.
A Revolução de Outubro (novembro de 1917, pelo calendário ocidental), na qual o Partido Bolchevique, derrubou o governo provisório e impôs o governo socialista soviético.
Nicolau II, o sucessor de Alexandre III, procurou facilitar a entrada de capitais estrangeiros para promover a industrialização do país, principalmente da França, da Alemanha, da Inglaterra e da Bélgica. Esse processo de industrialização ocorreu posteriormente à da maioria dos países da Europa Ocidental . O desenvolvimento capitalista russo foi ativado por medidas como o início da exportação do petróleo, a implantação de estradas de ferro e da indústria siderúrgica.

Os investimentos industriais foram concentrados em centros urbanos populosos, como Moscovo, São Petersburgo, Odessa e Kiev. Nessas cidades, formou-se um operariado de aproximadamente 3 milhões de pessoas, que recebiam salários miseráveis e eram submetidas a jornadas de 12 a 16 horas diárias de trabalho, não recebiam alimentação e trabalhavam em locais imundos, sujeitos a doenças. Nessa dramática situação de exploração do operariado, as ideias socialistas encontraram um campo fértil para o seu florescimento .

Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa Ocidental, a Rússia recebeu do exterior novas correntes políticas que chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo, que deu origem ao Partido Operário Social-Democrata Russo.

 O POSDR foi violentamente combatido pela Okhrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov (conhecido como Lênin) e Lev Bronstein (conhecido como Trotsky).

A divisão do Partido: Mencheviques e Bolcheviques

 Em 1903, divergências quanto à forma de ação levaram os membros do partido POSDR a se dividir em dois grupos básicos:

os mencheviques: liderados por Martov, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam, ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.

os bolcheviques: liderados por Lenin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado3 , na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde, em 1917.

A queda do Czar e o processo revolucionário.

Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se em um outro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu pesadas derrotas nos combates contra os alemães5 . A longa duração da guerra provocou crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e revoltas populares . Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.

Numa das greves em Petrogrado (actualmente São Petersburgo, então capital do país), Nicolau II toma a última das suas muitas decisões desastrosas: ordena aos militares que disparem sobre a multidão e contenham a revolta. Partes do exército, sobretudo os soldados, apoiaram a revolta. A violência e a confusão nas ruas tornam-se incontroláveis. Segundo o jornalista francês Claude Anet, em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas foram mortas e cerca de 6 mil ficaram feridas.

 Em 15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e socialistas) depuseram o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. O czar foi posteriormente executado, e sua família, composta pela mulher, quatro filhas e um filho, ficaram em prisão domiciliar porém também foram executados posteriormente.

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