Estado-nação.
Chama-se Estado-nação quando um território delimitado é
composto por um governo e uma população de composição étnico-cultural coesa,
quase homogênea, sendo esse governo produto dessa mesma composição. Isto ocorre
quando as delimitações étnicas e políticas coincidem. Nestes casos,
normalmente, há pouca emigração e imigração, poucos membros de minorias
étnicas, e poucos membros da etnia dominante a viver além fronteiras.
Portugal é um exemplo de um Estado-nação. Apesar de rodeado
por outras terras e povos, a nação Portuguesa ocupa o mesmo território há quase
900 anos. Desde a sua fundação, em 1143, Portugal manteve-se como um mesmo
povo, a viver numa mesma terra. Etnicamente, os Portugueses estão relacionados
com os Celtas, os Romanos, e povos Germânicos como os Suevos e os Visigodos.
Foi ainda dominado pelos Mouros cerca de 500 anos.
A Islândia é outro exemplo de Estado-nação. Embora os seus
habitantes estejam etnicamente ligados a outros grupos Escandinavos, essa
cultura e linguagem são apenas encontrados na Islândia. Não há minorias
transfronteiriças - o país é uma ilha.
O Japão também é visto como um bom exemplo de um
Estado-nação, embora inclua minorias Ryukyuan no sul, Coreanos, Chineses
eFilipinos, e nas ilhas norte de Hokkaido, a minoria indígena Aino.
Tanto a Islândia como o Japão, são ilhas. Portugal possui
fronteiras terrestres.
Nação.
Nação, do latim natio, de natus (nascido), é a reunião de
pessoas, geralmente do mesmo grupo étnico, falando o mesmo idioma e tendo os
mesmos costumes, formando assim, um povo, cujos elementos componentes trazem
consigo as mesmas características étnicas e se mantêm unidos pelos hábitos,
tradições, religião, língua e consciência nacional.
Mas, a rigor, os elementos território, língua, religião,
costumes e tradição, por si sós, não constituem o caráter da nação. São
requisitos secundários, que se integram na sua formação. O elemento dominante,
que se mostra condição subjetiva para a evidência de uma nação assenta no
vínculo que une estes indivíduos, determinando entre eles a convicção de um querer
viver coletivo. É, assim, a consciência de sua nacionalidade, em virtude da
qual se sentem constituindo um organismo ou um agrupamento, distinto de
qualquer outro, com vida própria, interesses especiais e necessidades
peculiares.
Nesta razão, o sentido de nação não se anula porque seja
esta fracionada esta entre vários Estados, ou porque várias nações se unam para
a formação de um Estado. O Estado é uma forma política, adotada por um povo com
vontade política, que constitui uma nação, ou por vários povos de
nacionalidades distintas, para que se submetam a um poder público soberano,
emanado da sua própria vontade, que lhes vem dar unidade política. A nação
preexiste sem qualquer espécie de organização legal. E mesmo que,
habitualmente, seja utilizada em sinonímia de Estado, em realidade significa a
substância humana que o forma, atuando aquele em seu nome e no seu próprio
interesse, isto é, pelo seu bem-estar, por sua honra, por sua independência e
por sua prosperidade.
História.
O termo, proveniente do latim, natio, era, inicialmente
utilizado pelos estudantes das universidades medievais (em que se destacava
aUniversidade de Paris - Sorbonne), que se organizavam em grupos com esse nome,
devido ao facto de terem proveniências diversas. Em cada nação, falava-se a
língua materna dos estudantes, sendo estes regidos pelas leis dos seus próprios
países.
Com o início das navegações no Atlântico e Pacífico por
Portugal e Espanha um novo desenvolvimento econômico surgiu na Europa. O modelo
colonialista fez surgir os dois primeiros Estados fortes e coesos na Europa.
Foi um grande momento de riqueza cultural que fez surgir o Renascimento. As
universidades européias viram surgir muitas idéias e o Humanismo e o Iluminismo
se tornaram as grandes correntes de contestação dos valores da Igreja Católica.
Com a decadência da Espanha e de Portugal no domínio da
navegação internacional, estados como a Inglaterra, Holanda e França começaram
a participar de novas ocupações da América, África e Ásia. Estes estados tinham
grande vinculação de seus monarcas e príncipes com os protestantes e por isso
tinham pouco ou nenhum apoio da igreja de Roma. Desde então, o humanismo passou
a ser o centro dos estudos sobre as relações entre o homem e a natureza.
Uma das primeiras obras que lançam luzes sobre este tema é o
livro de Adam Smith publicado em 1776, A Riqueza das Nações, que apesar de
utilizar o termo "nação" para designar as várias organizações
humanas, não se debruça em uma categorização minuciosa, deixando aberta sua
interpretação. A colaboração mais visível desta obra é a vinculação do termo
nação à organização social necessária para a organização das relações
econômicas entre as sociedades, ou seja, o Estado. Essa vinculação deu origem a
uma corrente de pensamento teórico que sustenta o capitalismo.
Neste mesmo período, surgiram duas revoluções interligadas
em vários ideais. A primeira foi a Revolução Americana de 1776 que em com base
na Declaração da Independência dos Estados Unidos da América a Revolução
Francesa lança a sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão onde o termo
"nação" foi utilizado para identificar a reunião do povo para
legitimar o novo poder e as novas leis que agora não adivinham de um poder
monárquico legitimado por uma religião, mas sim pelo povo reunido pela sua
autodeterminação. É nesta acepção política que emergem os Estados-nação na
Europa e nas Américas.
Durante o Século XIX, as organizações humanas discutiram
vários modelos de organização em todo o mundo e na Europa se fortaleceram
Estados que mais tarde seriam consideradas as nações de origem de várias
colônias pelo mundo tais como França e Inglaterra. AAlemanha e a Itália
passaram por diversas reformas e conflitos internos (Unificação Alemã e
Risorgimento) que resultariam em organizaçõespolíticas e territóriais com poder
centralizador e uma organização do Estado unido pelo idioma e pela luta de
mercados e unificações monetárias.
Ao final do século XIX e começo do XX, houve a expansão do
Imperialismo que culminou com a Primeira Guerra Mundial. Este momento foi de
grande apreensão sobre o que é o sentimento nacional, o Nacionalismo que levou
a morte tantas pessoas e vários intelectuais publicaram estudos sobre o tema,
tais como Lord Acton, Ernest Renan e Otto Bauer. Os países vitoriosos da guerra
tentaram criar a Liga das Nações o que futuramente, após novo massacre na
Segunda Guerra Mundial, resultaria na Organização das Nações Unidas, a
principal organização legitimadora dos Estados-Nacionais atualmente.
Movimentos pela autodeterminação versus terrorismo.
Muitas vezes, o nacionalismo (como sentimento comum de uma
comunidade humana) entra em conflito com os estados formados
institucionalmente, o que leva a lutas políticas, guerrilhas, terrorismo
(consoante o ponto de vista: por exemplo, vários países - não obstante a dura
repressão do governo indonésio - consideravam a guerrilha timorense como
terrorismo, o que em Portugal - e agora que Timor-Lestese definiu como estado -
não era de forma alguma aceito, tendo em conta o apoio institucional dado a este
movimento de libertação nacional). Isso verifica-se em várias comunidades,
sendo algumas delas os curdos e os bascos.
Uma manifestação diferente do nacionalismo é o irredentismo,
que é a aspiração de um povo a completar a própria unidade territorial nacional,
anexando terras sujeitas ao domínio estrangeiro ("terras
irredentas").
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Tirem sua dúvidas e deixem sugestões.